domingo, 11 de março de 2012

O roteiro de uma Decisão.


Gosto da analogia de que a vida é como uma estrada. Existem estradas longas e curtas, estradas pavimentadas e de terra, estradas esburacadas e estreitas. Ao longo de nosso caminho é certeza que percorreremos várias delas. Algumas nos levarão ao casamento e à família, outras à fama e fortuna, outras à vitória e à alegria, e outras nos conduzirão à derrota e à desilusão.

Como em qualquer estrada, existem bifurcações e cruzamentos, e quando nos deparamos com um cruzamento, ainda que tenhamos algum conhecimento de onde cada uma delas nos levará, quase sempre surgirá a dúvida: qual estrada devo tomar ? Quais as garantias que a minha escolha me levará aonde quero chegar? 
De fato, nunca sabemos onde uma decisão nos levará até que a tomemos. Uma das mais importantes coisas que precisamos perceber acerca das decisões é que não existem garantias. Ninguém pode garantir que se fizermos aquilo que julgamos certo, a decisão tomada nos levará ao sucesso ou à superação de uma crise. Nada diz que amar alguém com todo o nosso coração é garantia de que esse amor será recíproco. Nada diz que fama e fortuna garantirão a felicidade. Nada diz que aceitar aquele emprego que todos disputam significa a garantia do sucesso profissional. Em outras palavras, na vida existem muitas possibilidades e nenhuma garantia.


Em termos práticos, sabendo previamente que não existem garantias, o único poder que dispomos é o de como vamos agir e reagir nas diferentes situações que surgirão após tomarmos uma decisão. Bem, pelo menos ter esse controle já é um alívio.
Por outro lado, não custa preventivamente tomar alguns cuidados, os quais poderão nos ajudar ao longo do processo de escolha.

1) O primeiro cuidado a tomar é colher todas as informações que pudermos acerca da situação. Muitas decisões são tomadas inadequadamente pela simples falta de informações. Para evitar isso, uma boa estratégia é fazermos perguntas usando "o que", "quem", "quando", "onde" e "por que":

O que é está acontecendo ?
Quem são as pessoas envolvidas?
Quando isto aconteceu?
Onde isto aconteceu?
Por que estou nesta situação?
Perguntas desse tipo visam obter a maior quantidade possível de informações e estimulam o espirito crítico para uma decisão.

2) Outro cuidado prévio constitui-se em identificar o máximo de opções possíveis. Quais são as saídas que uma situação nos permite ? Às vezes são poucas e às vezes são muitas.
Mas o que fazer quando achamos que a situação não nos oferece nenhuma opção? Esse é o momento de criarmos nossas próprias opções. Não devemos desprezar nenhuma ideia que nos venha à cabeça, desde a mais simples à mais complicada. E não se surpreenda quando a mais maluca das ideias vier a ser a opção mais adequada, pois isso é muito comum de acontecer. Por outro lado, se encontrarmos alguma dificuldade de enunciar as opções, podemos pedir ajuda a alguém que possa contribuir na identificação de mais algumas. Em resumo, toda ajuda é válida, exceto aquelas que incorram em algum julgamento que possam nos induzir.
3) Por fim, obviamente, com tudo enunciado, chegamos ao momento de pesar os prós e os contras de cada opção. As vantagens e as desvantagens que elas nos oferecem. Essa análise nos permite avaliar melhor as possíveis consequências e possíveis desdobramentos de cada uma delas.

Uma vez escolhida a opção, tratemos de confiar naquilo que escolhemos. Como sabemos que não existem garantias, é de fundamental importância acreditarmos que a escolha foi  a melhor opção para este exato momento e que estamos  fazendo o melhor que  podemos.

O mais importante de todo esse processo é assumir que ao fazermos uma escolha optamos por não permanecermos estáticos ou passivos diante de um “cruzamento”. Se porventura o tempo nos mostrar que a decisão poderia ter sido outra, caberá outra escolha, a de deixar de lado as lamentações e aprender com o que aconteceu, até porque o futuro nos reserva mais decisões e as experiências anteriores serão de grande valia.
Pode parecer trivial o roteiro descrito acima, contudo, a maioria de nós não o cumpre. E mais interessante ainda é perceber que desde a mais simples até a mais complexa das decisões o processo é exatamente o mesmo. O que muda nele é o contexto, o alcance e a repercussão, mas o processo é idêntico. De posse desse conhecimento, podemos agora ter uma ideia da quantidade de decisões que tomamos todos os dias, o que nos permite dizer que experiência em tomar decisões, na verdade, não nos falta.


- by Dalton Cortucci
(visite meu site: www.brcoaching.com.br )

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